sexta-feira, 30 de março de 2012

Prazer que dói


O sol nasceu ao meio-dia
E só pensamos em acordar
Para um sonho mais real
Onde exista prazer sensual no ar.

A neblina da cidade é feita de ócio,
A beleza da cidade é feita de concreto e pó.
Me faça esquecer da poesia mais bela
Para senti-la na pele com a dor da palavra que sai em suor.
Bebendo cada gota do fel
Sinto que aqui a chuva é ácida, rasgando o céu.

A rotina da cidade é vício,
Quando o corpo é pequeno
Para suportar o peso do sacrifício.
Se você sente um certo vazio
Sabe bem o que estou dizendo:
É sobre o verme corroendo,
É sobre o gosto de um beijo
Que vem de um falso desejo.
É querer rasgar as entranhas
Em um dia de entrelinhas estranhas
Para não deixar vazar lágrima por lágrima
Num lugar tão feio e seco!

  Esqueçamos o lago de fogo, então,
  Para brindar à dor contida no copo.
  Beba o máximo que suporta,
  Pois nossos limites chegarão
  Nesta vida que é tão real
(Natural ilusão).
      Então se você quer um corpo que não é seu
  Celebre isso com alguma posse,
  Celebre à cidade, à renúncia, ao ópio,
  Transforme o ódio em poesia e dose.




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