terça-feira, 20 de março de 2012

Canivetes


Eles vêm com um toque frio,
Sempre um corte frio...
Não sei se isso é de mim
que irrita, machuca e anseia.
Eu quero sempre muito mais do que posso,
Só que tudo tem seu toque frio
E eles querem me ver igual, anormal, à toa,
Que eu mire e atire em qualquer pessoa,
Querem me desumanizar!
Eu aprendo a ter um toque frio
Numa vida vazia que comprime
E eles gritam à toa!
Não estou numa boa, mas não vou me matar!
Acho que em mim ainda posso confiar...
Eu que só não aceito esse toque frio;
Eu que só não aceito ser objeto;
Eu que só não aceito ser igual aos canivetes!
Não, eu não estou numa boa,
Mas não atiro em qualquer pessoa
E não vou morrer e não vou matar!
Acho que em mim ainda pode confiar,
Mas de olhos bem abertos.
E lá virá mais um toque frio...
Acho que isso é mesmo de mim.

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