sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ressaca


Meus cabelos fracos, opacos
São levados embriagados pelo vento,
Sonho com ela nua na Lua,
Vivendo nas ruas de outros tempos...
É quase inquebrável o feitiço do vício
No ciclo de uma noite com sabor de ócio,
Porque todo o tormento é pouco
Para ser engolido num copo.
Não durma não, minha Tristessa,
Pois são os teus olhos que eu quero ver
Quando num poço de pura tristeza
Eu comece a me entorpecer.
Sou triste porque a vida é dolorosa;
Você bebe e se dopa e nem sabe o porquê...
Nós dois doidos, dançamos em esquinas perigosas;
Quando estou bêbado, só não esqueço você...
Os Budas e as Virgens Marias são mudos
Como os bichos, como os lixos deste quarto!
A gente até já se acostumou com esses efeitos,
E eu sou teu, assim como essa dor é fato.


(Inspirado no livro Tristessa, de Jack Kerouac) 





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