domingo, 6 de maio de 2012

Inutilidades

A minha mão nada segura,
Porque nada é seguro.
Na palma da minha mão
Existe um estranho furo.
Não posso curar o caos,
O mal do século do mal
No qual já aprendemos a sobreviver...
E afinal, ao que mais iremos nos submeter
Quando a nossa ironia não for o suficiente
Para anestesiar toda a confusão
Que existe fora e dentro da gente?
A minha mão tem um furo
Que parece me tornar diferente,
Mas não verá nenhum futuro
Quem ler a sorte em minha mão,
É apenas um buraco corroído por indignação
De mãos vazias que não tapam buracos.
Não quero ser mais um desses fracos
Que acham no sonho a fuga perfeita,
Mas espero que a verdade seja dita e feita:
Não irei fugir de mim que sou meu melhor lugar!
A minha mão tem um furo,
Mas quem vai se importar?
Isso não me torna mesmo diferente,
Porque não sei curar esse mundo doente.
E de que adianta saber correr e ficar parado?
E quando você quiser saber, não valerá mais a pena,
Porque quando notar, o filme já terá terminado
Na desastrosa explosão do glorioso cinema.







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