No meio de tantos medos, no meio de tanto frio.
Antes eu era uma ave livre,
Antes era antes...
Hoje sou um gato
Em ruas torvas, amedrontado,
Buscando em suas sombras
Um pouco de coragem, um pouco de luz.
Negro gato por si e só por si amado
E só por ter se abandonado
E só por ser tão complicado,
Gato, negro gato, só por natureza
Por já não ter certeza
por ter um coração aprisionado.
Dizem: "Ele não é bruxo, não é um feiticeiro,
Mas esconde trevas no seu jeito faceiro
E naqueles olhos tão determinados."
Assim vive morrendo um negro gato,
Pagando em cada uma de suas sete vidas
Um pouco do erro de cada ato,
Vivendo pelas esquinas escuras e aguentando as feridas,
Fazendo dos dias selva de negro pecado...
Eu sou a alma pura de um negro gato;
Eu sou a ratoeira viva de um pobre rato;
Eu sou o desalento, o próprio desacato
Catando em suas sete vidas, sete faces, sete rastros...
Eu sou o aflito, eu sou o atormentado,
Solitário e temido e faminto negro gato.
E as ruas vão passando e eu vou me perdendo
No meio de tantos meios, no meio de tantos fios.
Antes eu era uma pobre ave livre,
Hoje sou um predador de sete vidas;
Hoje sou um caçador dos própris sonhos;
Hoje sou um nada do caminho tristonho
Vagando pelas ruas desertas do passado,
Andando na selva bruta do futuro embaçado,
Pagando no presente, tirano destino, os pecados,
Apagando luzes nos becos e sumindo,
Eu sou o negro gato.
muito muito muito fodaaaaaaaaaaa
ResponderExcluirAdorei isso: "Eu sou a alma pura de um negro gato;
Eu sou a ratoeira viva de um pobre rato;"
E esse texto me lembrou uma música de Lobão asuhsa
Já me disseram que essa parte é boa... interessante...
ResponderExcluirE a música deve ser El Desdichado... acho que vou procurar e por no final.