sábado, 16 de junho de 2012
Apenas Um Relato Sobre Empatia
Sua pele branca contrasta com os cabelos muito negros.
Ele os deixa displincentemente desgrenhados, caídos sobre os olhos igualmente escuros, formando ondas que vão até o pescoço... Isso para emoldurar seu rosto de anjo mau, rosto de inocente malícia que parece estar sempre escondendo algum mistério, ou tentando dar o bote, como os gatos cujo olhar parece medo, mas no fundo é uma defesa de esfinge: "decifra-me ou devoro-te!"
Insinuação felina na preguiça elegante, no andar lento, no corpo flexível... Doce e sombrio...
É difícil entender seu estilo temperamental, que chega a ser destrutivo; sua alma agridoce...
Olho para aqueles olhos, e são como buracos negros que vão me sugar... Tudo que vejo é um convite irresistível do abismo...
Quando ele fala daquela forma desconcertada e desconcertante, como quem não sabe onde quer chegar, com uma voz rouca e arrastada falando baixinho... Então sei que se trata apenas de beleza.
No entanto, sua força de atração esconde algo a mais... Porque a atração é sobrenatural.
Ele é um rebelde, porém não daqueles que gritam, que escadalizam como se este mundo lhes pertencesse. Sua rebeldia é silenciosa. Ele apenas tem o controle da própria mente, como poucos, ele é livre e realmente não teme o preço que vai pagar.
Ele não quer definir as regras, quer eliminá-las. Sabe viver o agora sem pressa, mas sem hesitação.
Não sei como sua mente funciona. Certamente é um desafinado no coro dos hipócritas, e nunca estará entre a maioria. Acredita que, de uma forma mórbida, sua missão é experimentar todas as dores do mundo.
No fundo, é como um animal que precisa de dono. Se você tiver um pouco de alimento, ele come em tua mão. Depois ele vai embora, como um gato, não adianta tentar prendê-lo. Ele só será teu enquanto quiser e precisar.
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